domingo, 18 de março de 2012

São muitas as maneiras de agredir mulheres

Justamente quando se completam doze anos da criação da lei Maria da Penha, sancionada com o objetivo de proteger as mulheres das agressões dos companheiros, constatou-se, que só no primeiro semestre de 2012 mais de 5 mil delas já foram agredidas e ameaçadas pelos maridos, namorados, noivos e amantes. Isso sem falar nos casos fatais nos quais a morte é o triste final de um caso de amor...

O Instituto Nacional de Proteção à mulher mergulhou fundo no assunto, analisando o problema por vários ângulos, com entrevistas de autoridades e relatos pungentes das vítimas.

Essa lei foi o resultado da luta de perseverança da farmacêutica bioquímica Maria da Penha Maia Fernandes, natural do Ceará, que por duas vezes sofreu tentativa de morte por parte do marido, o colombiano Marco Antonio Herédia Ribeiro, ficando paraplégica.

canguaretamaemchamas.blogspot.com.br

A lei modificou vários procedimentos sobre este tipo de crime.

A mulher não pode mais retirar a queixa. Agora, depois de autuado em flagrante, só a justiça pode liberar o acusado, medida necessária que demoro 20 anos para se tornar realidade.

Mas o que a tal pesquisa não registrou- e também não era de seu foco -foi o surpreendente número de anúncios oferecendo “serviços” de pitonisas, cartomantes, videntes e coisas tais, com poderes de resolver qualquer problema sentimental, sendo que são justamente as mulheres as maiores vítimas desse mercado.

Esses anúncios prometem que, em menos de 10 dias, o amado (ou amada) volta para os braços do interessado (a) mediante pagamento de “quantias irrisórias”.

Pelo que se vê de cartazes, fica claro que tal atividade está em franca evolução, com as mais variadas denominações das figuras portadoras desses discutíveis poderes, o que não deixa de ser uma contundente agressão as mulheres ingênuas e desavisadas.

Por conta disso vale à pena passar aos leitores uma historinha que nos é narrada pó uma amiga, cujo nome vamos omitir, para não fazê-la sofrer mais.

Separada do marido há alguns meses, e na esperança de tê-lo de volta, a jovem senhora procurou uma “milagreira”, que prometia fazer com que isso acontecesse em menos de uma semana.

A “milagreira” teria passado a mão em sua cabeça e cobrou R$ 2600 pela difícil tarefa de afastar um “trabalho” que havia feito contra ela. Impressionada com a força do ambiente e o papo da mulher, nossa amiga pagou e aguardou os resultados.

Foi então que o marido sumiu de vez! Ela voltou ao consultório para reclamar. Então a espertalhona apareceu com um ovo e avisou que ali estava o “despacho” que lhe devolveria o homem amado e que para isso deveria pagar o valor de R$ 10 mil.

Nessa nossa amiga preferiu ficar sem o marido, e agora procurou uma delegacia para prestar queixa sobre o estranho e prosaico feitiço.

Como ensina aquele velho ditado popular “enquanto houver cavalo, São Jorge não anda a pé”.

É por aí que a banda toca aqui neste nosso glorioso Brasil, pátria amada, salve, salve!!!

Fonte: Matéria extraída do Jornal A Tribuna de 13 de março de 2012 – Por Pedro Maia.

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