Em comemoração ao Dia Nacional da Consciência Negra, o Senado promoveu nesta segunda-feira (21) uma sessão especial no Plenário da Casa. Na solenidade, que também serviu para festejar o Ano Internacional dos Afrodescendentes, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU); os 23 anos de criação da Fundação Cultural Palmares; e o primeiro ano de vigência do Estatuto da Igualdade Racial (Lei 12.288/2010), os parlamentares também homenagearam o ex-senador Abdias do Nascimento, que dedicou seus mandatos parlamentares à luta contra o racismo.
O conjunto de homenagens foi requerido pelos senadores Paulo Paim (PT-RS), Lídice da Mata (PSB-BA) e Aníbal Diniz (PT-AC), entre outros.
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A cerimônia foi iniciada ao som do Hino Nacional, e, em seguida, houve a apresentação de versões das canções Sorriso Negro, de Décio de Carvalho, Dona Ivone Lara, Hermínio Bello de Carvalho e Silas de Oliveira; e Zé do Caroço, de Leci Brandão, executadas pela Orquestra Batucadas de Zumbi. No encerramento, o mesmo grupo tocou uma versão do Hino Nacional, executada com tambores e outros instrumentos de percussão.
O Dia Nacional da Consciência Negra é celebrado na data em que o líder negro Zumbi, que comandou o Quilombo de Palmares, foi morto: 20 de novembro de 1695. A data foi instituída pela Lei 10.639/2003, que também tornou obrigatório o ensino de história e cultura afrobrasileira nas escolas.
- Zumbi continua vivo. Zumbi não morreu. Cortaram a sua cabeça, mas os seus ideais continuarão a guiar a cruzada da liberdade, da justiça e da igualdade – disse Paulo Paim.
Para Lídice da Mata, a data é o principal marco da luta da comunidade afrodescendente brasileira contra o racismo.
- A data tornou-se um fórum permanente de análises, discussões e debates, em busca de soluções para questões a que a sociedade e o Estado ainda não deram respostas satisfatórias – salientou.
Os senadores Anibal Diniz (PT-AC), Geovani Borges (PMDB-AP), Eduardo Suplicy (PT-SP), Valdir Raupp (PMDB-RO) também registraram que o Dia da Consciência Negra é de grande importância para a reflexão sobre as desigualdades ainda existentes no país.
- A comemoração dessa data é de grande importância, pois representa um momento de conscientização da desigualdade de direitos que ainda persiste em nossa sociedade – avaliou Geovani Borges.
Abdias do Nascimento
Durante a sessão, Paulo Paim, que é presidente da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) anunciou que o Senado deverá denominar a sala da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) de sala “Senador Abdias do Nascimento” conforme projeto de resolução (PRS 20/11). Paim também registrou que o ex-senador dedicou sua vida ao combate de todo tipo de preconceito. Abdias do Nascimento morreu em maio deste ano, aos 92 anos.
- Você, Abdias, que não está mais aqui conosco, é patrimônio da humanidade. A sala da Comissão dos Direitos Humanos aqui do Senado, por iniciativa nossa, vai levar o nome de Sala Abdias Nascimento – afirmou o parlamentar.
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