A publicação foi lançada duas vezes, no
início de maio: O primeiro lançamento ocorreu na festa da CUT, em São Paulo, no
dia 1º de maio. No dia 6 de maio, uma Roda de Conversa com jovens lideranças do
Movimento Negro marcou o relançamento durante a Pílula de Cultura.
O conteúdo do Estatuto da Igualdade Racial é
apresentado de maneira didática e simples na cartilha “Estatuto da Igualdade
Racial: nova estatura para o Brasil”. Com ela, o CEERT espera tornar a lei
compreensível a todos ao passo que afasta a linguagem jurídica que dificulta o
entendimento da população.
A cartilha foi lançada pela primeira vez no evento da CUT (Central Única
dos Trabalhadores) ocorrido em comemoração ao Dia do Trabalho, 1º de maio. No
palco, Daniel Teixeira, coordenador de projetos do CEERT, falou sobre a
importância de se ter uma legislação sobre igualdade racial que atinge todos os
campos sociais como trabalho, mídia, educação, religião e a questão das terras
para as comunidades quilombolas. “É importante assegurar direitos futuros e
proteger aqueles que já foram conquistados”, afirmou.
www.ceert.org.br |
Wilson Roberto Levy, MC do evento do CUT e
diretor-executivo adjunto da Zulu Nation Brasil, considerou a cartilha
importante para a “apropriação do conteúdo do Estatuto pelas entidades do
Movimento Negro”. “Temos um estatuto que não é o que queríamos, mas agora que
ele está aí, a luta continua para que ele seja posto em prática e ajude a
melhorar a condição dos negros no Brasil”, disse.
O relançamento da cartilha aconteceu no dia 6
de maio durante a primeira Pílula de Cultura 2012, realizada pelo Instituto
Feira Preta na Casa das Caldeiras, em São Paulo. Para enriquecer o momento, uma
Roda de Conversa propôs reflexões sobre o seguinte tema: “Direitos passados a
limpo – Estatuto da Igualdade Racial”, com as participações de Mafoane Odara
(Fundação Ashoka), Priscila Preta (Capulanas – Cia. De Artes Negras), Tadeu
Kaçula (Samba Autêntico e Rua do Samba), Chindalena Barbosa (Afrika), Samoury
Mugabe (Articulação da Juventude Negra) e Daniel Teixeira (CEERT).
Adriana Barbosa, idealizadora da Feira Preta,
falou sobre o que significa receber um evento como esse. “O lançamento da
cartilha dentro da Feira Preta é uma chance de ter conhecimento político mais
abrangente para toda sociedade, afinal, a feira tem uma dinâmica cultural e
trazemos essa discussão para mais perto da juventude, ou seja, é um ganho
enorme”.
Luiza Barros, ministra da Secretaria de
Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), também estava presente e
considerou o lançamento da cartilha uma iniciativa bem-vinda. “Nós, como
governo, temos expectativa de que as instituições divulguem a existência do
Estatuto para fazer com que as pessoas conheçam e construam demandas para que o
setor público faça cumprir a lei, por isso, a iniciativa do CEERT é louvável”,
ressaltou.
Jorge Arruda, secretário do CEPIR – Comitê
Estadual de Promoção da Igualdade Étnico-Racial, vê na cartilha um instrumento
de formação para membros de dentro e de fora do Movimento Negro. “A cartilha é
um equipamento a mais no combate ao racismo”, considerou.
Durante a roda de conversa, Tadeu Kaçula
discorreu sobre o protagonismo da juventude ali presente. “Nosso papel na
sociedade contemporânea é de reverter o quadro de desigualdade que temos hoje,
preservar a cultura africana, promover políticas para a população negra e
valorizar a contribuição dos negros”, afirmou ao lembrar que a região da Barra
Funda onde ocorria o evento normalmente é apontada como um reduto italiano, mas
abrigou um dos maiores quilombos da cidade.
Mafoane Odara relembrou a luta das gerações
passadas e como elas foram importantes para as conquistas de hoje. “A geração
dos nossos pais teve que dizer o que é racismo e que ele existe. Nós pensamos
na promoção da igualdade racial e novas relações”, refletiu.
“A promoção da igualdade racial, além do
combate ao racismo”, deve ser o mote da luta do Movimento Negro agora em
diante, segundo Chindalena Ferreira. Priscila Preta, integrante das Capulanas
Cia. De Artes Negras, ressaltou a importância das artes não só na valorização
da cultura negra como no combate ao racismo. “A arte por meio do corpo e o
racismo são simbólicos. O racismo é uma discriminação pelo corpo”.
Samoury Mugabe, ex-conselheiro nacional da
juventude, alertou para a carência de representação política da população
negra. “Se não mudarmos esse quadro, teremos estatuto, mas faltará a
representação política que o fortalecerá”, opinou.
Para fazer o download
da cartilha, clique na figura abaixo:
asideiasforadolugar.blogspot.com.br |
Fonte: Retirado do site www.ceert.org.br em 21 de maio de 2012 às
13h00min.
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