quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Consolidar o SUAS e Valorizar seus Trabalhadores

Esta acontecendo desde o dia 04 de Outubro e vai até o dia 06 de Outubro de 2011 no município de Serra a IX Conferência Estadual de Assistência Social cujo tema é “Consolidar o SUAS e Valorizar seus Trabalhadores”. No primeiro dia do evento a comissão organizadora do Fórum Estadual de discussão dos Trabalhadores do SUAS (Sistema Único de Assistência Social) apresentou uma lista para incluir os trabalhadores do SUAS nos debates, sendo contabilizado ao final um total de 80 trabalhares do SUAS interessados em participar desse fórum.


O fato que me chamou a atenção e que ratifica os textos analisados na pós-graduação é a presença maciça de mulheres inseridas em uma área de trabalho tão importante e relevante para diminuição das mazelas sociais, mas que a priori é tida como atividade típica do sexo feminino, ou seja, extensão do lar.  Das 80 assinaturas 65 (81,25%) referem-se a trabalhadoras e 15 (18,75%) referem-se a trabalhadores. Outra questão, e que é muito positiva, refere-se à proposta do tema “Valorizar seus trabalhadores”, que acaba abrangendo de maneira indireta à valorização das Mulheres Trabalhadoras do SUAS cujas ações nos seus postos de trabalho tendem a favorecer também aos usuários, que na maioria são mulheres. 

Por fim, este ano constitui-se num momento primordial para que propostas, reivindicações sejam feitas em todas as conferências (municipal, estadual e federal), que além de materializarem em políticas públicas garantam cidadania para os sujeitos, materializem em vitórias para todas as mulheres que estão inseridas na área da Assistência Social.

Ainda referente a essa Conferência faço a seguinte análise:

Na mesa de abertura oficial havia 11 pessoas: 05 do sexo masculino e 06 do sexo feminino. Contudo, fico indignada com as desigualdades existentes na própria categoria feminina. A única negra representou os usuários do SUAS e referiu algumas dificuldades na vida a superação delas “minha mãe dizia que a sua vassoura seria minha caneta! O PBF foi importante para a minha família: um pouco com Deus é muito! Hoje eu estou terminando minha faculdade!”. A pouca representatividade da mulher negra na sociedade (nesse caso representado naquela mesa) e as barreiras que a impedem de ocupar certos espaços demonstra claramente que a condição da mulher negra é diferente das demais mulheres, e reforça a ideia de ações afirmativas a fim de combater essas indiferenças.

 Salienta-se também o teatro apresentado pelo grupo de pessoas idosas do Centro de Convivência de Vitória que dentre os muitos atores apenas uma era negra. As políticas públicas estão ao alcance também dos nossos idosos (as) negros (as) ou os fatos são mera coincidência? Fica aqui minha indignação.

Texto produzido pela aluna GPPGR Jussara Lacerda Passos Tonon do polo UAB Aracruz, com base no Fórum Estadual de discussão dos trabalhadores do SUAS.

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