Esta acontecendo desde o dia 04 de Outubro e
vai até o dia 06 de Outubro de 2011 no município de Serra a IX Conferência
Estadual de Assistência Social cujo tema é “Consolidar o SUAS e Valorizar seus
Trabalhadores”. No primeiro dia do evento a comissão organizadora do Fórum
Estadual de discussão dos Trabalhadores do SUAS (Sistema Único de Assistência
Social) apresentou uma lista para incluir os trabalhadores do SUAS nos debates,
sendo contabilizado ao final um total de 80 trabalhares do SUAS interessados em
participar desse fórum.
O fato que me chamou a atenção e que ratifica
os textos analisados na pós-graduação é a presença maciça de mulheres inseridas
em uma área de trabalho tão importante e relevante para diminuição das mazelas
sociais, mas que a priori é tida como atividade típica do sexo feminino, ou
seja, extensão do lar. Das 80
assinaturas 65 (81,25%) referem-se a trabalhadoras e 15 (18,75%) referem-se a
trabalhadores. Outra questão, e que é muito positiva, refere-se à proposta do
tema “Valorizar seus trabalhadores”, que acaba abrangendo de maneira indireta à
valorização das Mulheres Trabalhadoras do SUAS cujas ações nos seus postos de
trabalho tendem a favorecer também aos usuários, que na maioria são
mulheres.
Por fim, este ano constitui-se num momento
primordial para que propostas, reivindicações sejam feitas em todas as
conferências (municipal, estadual e federal), que além de materializarem em
políticas públicas garantam cidadania para os sujeitos, materializem em
vitórias para todas as mulheres que estão inseridas na área da Assistência
Social.
Ainda referente a essa Conferência faço a
seguinte análise:
Na mesa de abertura oficial havia 11 pessoas:
05 do sexo masculino e 06 do sexo feminino. Contudo, fico indignada com as
desigualdades existentes na própria categoria feminina. A única negra
representou os usuários do SUAS e referiu algumas dificuldades na vida a
superação delas “minha mãe dizia que a sua vassoura seria minha caneta! O PBF
foi importante para a minha família: um pouco com Deus é muito! Hoje eu estou
terminando minha faculdade!”. A pouca representatividade da mulher negra na
sociedade (nesse caso representado naquela mesa) e as barreiras que a impedem
de ocupar certos espaços demonstra claramente que a condição da mulher negra é
diferente das demais mulheres, e reforça a ideia de ações afirmativas a fim de
combater essas indiferenças.
Salienta-se também o teatro apresentado pelo
grupo de pessoas idosas do Centro de Convivência de Vitória que dentre os
muitos atores apenas uma era negra. As políticas públicas estão ao alcance
também dos nossos idosos (as) negros (as) ou os fatos são mera coincidência?
Fica aqui minha indignação.
Texto produzido pela aluna GPPGR Jussara
Lacerda Passos Tonon do polo UAB Aracruz, com base no Fórum Estadual de
discussão dos trabalhadores do SUAS.
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