A violência contra a mulher é produto de uma construção histórica — portanto, passível de desconstrução — que traz em seu seio estreita relação com as categorias de gênero, classe e raça/etnia e suas relações de poder. Tais relações estão mediadas por uma ordem patriarcal proeminente na sociedade brasileira, a qual atribui aos homens o direito a dominar e controlar suas mulheres, podendo em certos casos, atingir os limites da violência. Por definição, pode ser considerada como toda e qualquer conduta baseada no gênero, que cause ou passível de causar morte, dano ou sofrimento nos âmbitos: físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto na esfera pública quanto na privada.
O combate ao fenômeno da Violência contra Mulher não é função exclusiva do Estado; a sociedade também precisa se conscientizar sobre sua responsabilidade, no sentido de não aceitar conviver com este tipo de violência, pois, ao se calar, ela contribui para a perpetuação da impunidade.
Faz-se urgente a compreensão, por parte da sociedade como um todo, de que os Direitos das Mulheres são Direitos Humanos, e que a modificação da cultura de subordinação calcada em questões de gênero requer uma ação conjugada, já que a violência contra a mulher desencadeia desequilíbrios nas ordens econômica, familiar e emocional.
Faz-se urgente a compreensão, por parte da sociedade como um todo, de que os Direitos das Mulheres são Direitos Humanos, e que a modificação da cultura de subordinação calcada em questões de gênero requer uma ação conjugada, já que a violência contra a mulher desencadeia desequilíbrios nas ordens econômica, familiar e emocional.
Além disto, a conscientização da natureza histórica da desigualdade de gênero precisa ser trabalhada desde o início do ensino escolar, já que a desigualdade de gênero somada a ordem patriarcal vigente são alguns dos ingredientes que, unidos ao sentimento de culpa inculcado historicamente na psique das mulheres, contribuem para a perpetuação das relações desiguais de poder que acabam por acarretar em violência.
A violência contra a mulher, não esta restrita a um certo meio, não escolhendo raça, idade ou condição social. A grande diferença é que entre as pessoas de maior poder financeiro, as mulheres, acabam se calando contra a violência recebida por elas, talvez por medo, vergonha ou até mesmo por dependência financeira.
Portanto, é de responsabilidade do poder público identificar situações reais de discriminação e desigualdade que atingem as mulheres e criar condições de exercício de cidadania em todos os espaços públicos. Trata-se de uma prática que exige uma reflexão e um debate entre gestores públicos, pesquisadores e movimento social sobre a necessidade da formulação de políticas públicas que levem em conta a transversalidade de gênero, como uma matriz de competências, parcerias e atuações intersetoriais.
Saber se conduzir diante do mundo da informação exige conhecimentos de várias naturezas e, uma delas, refere-se à importância das referências bibliográficas no processo de leitura e de produção dos vários gêneros textuais. Considerando que os sujeitos não só recebem textos, o que faz da referência um espaço de relação com o autor, com o título da obra, com outros dados que asseguram a sua publicação – mas também os produzem, precisam estudar esse tópico para saberem ser, eles mesmos, usuários competentes, fazendo adequadamente as referências dos textos lidos e/ou produzidos. A sociedade da informação exige que o leitor saiba encontrar caminhos para organizar, ordenar e sistematizar a multiplicidade de informação existente, fazendo com que o sujeito saiba se conduzir nessa sociedade, localizando obras, autores, identificando temas, dentre outros. O saber ler e o saber registrar essas referências tornam os leitores mais conscientes, num mundo onde textos circulam anonimamente, em desrespeito aos que os produziram.
Por isso, esse conhecimento transforma-se, não apenas em uma questão técnica, mas, em especial, em uma questão ética. Além disso, as referências são normatizadas por órgão competente (ABNT) e saber se orientar por elas significa partilhar de um contrato social existente, uma padronização, que não pode ser desrespeitada.
Percebe-se dessa forma que as referências são importantíssimas para o desenvolvimento do trabalho. O que não foi diferente no nosso caso, tivemos oportunidades de nos embasarmos em várias obras, sendo elas:
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MÓDULO 2 - Políticas Públicas e Gênero - Curso de Formação em Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça/GPP-GER. Disponível em:
Texto produzido pela aluna GPPGR Margareth Spinassé Lechi, polo UAB Aracruz.
Ola pessoal, achei super interessante o material postado por vocês, parabéns ao grupo.
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