Neste
módulo foi-nos apresentado um panorama sobre o processo de construção da
cidadania e da sociedade civil, bem como iniciamos a discussão sobre o papel da
sociedade civil e dos movimentos sociais na gestão do poder público brasileiro.
Na unidade 2 temos um retrospecto histórico da emergência da significação de
cidadania, o nascimento do direito e as consequentes políticas públicas
advindas dessas novas maneiras de pensar.
Retomemos os principais
conceitos discutidos no módulo:
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- · Cidadania: surge como algo contraditório, ou seja, afinal fica difícil se pensar em igualdade dos seres humanos quando se garante a igualdade apenas no que diz respeito ao direito de nascer e não ao acesso a bens e renda. Nos dias atuais a tríade liberdade, igualdade e fraternidade é alvo de lutas pelos direitos sociais. Ao se criar as noções de cidadania e direitos humanos, a burguesia inicia os novos contornos ao Estado, pois a sociedade deixa de se apresentar como uma pirâmide, onde as pessoas são segregadas por sua natureza e com direitos divergentes para se transformar em uma estrutura horizontal onde todos têm seus direitos fundamentais idênticos e com igual garantia ao acesso aos mesmos;
·
Socialismo Utópico:
filosofia que propõe a reforma da sociedade a partir da boa vontade e a
participação de todos – conhecido por ter uma visão paternalista e utópica;
·
Marxismo ou Socialismo Científico: baseado
na solidariedade dos trabalhadores como forma de superação do poder dos Estados
Nacionais, tendo como instrumento de luta uma revolução internacional dos
operários para acabar com a burguesia e o capitalismo;
·
Anarquismo: objetivava a eliminação de
todas as formas de governo, coerção e governantes;
·
Social-democracia:
transição para uma sociedade socialista por meio da evolução da democracia –
sem revolução, ou seja, através da reforma política do legislativo;
·
Sindicalismo: união dos trabalhadores
para socorro mútuo, em forma de associação em busca da negociação das condições
de trabalho;
·
Anarcossindicalismo: vertente
anarquista que prega a transformação do modo de organização do movimento
sindical, onde os sindicatos seriam o instrumento de mudança da sociedade;
·
Comuna de Paris: revolta
operária pela tomada de poder em Paris no ano de 1871;
·
Revolução Russa: movimento
que cria o primeiro regime socialista da história como alternativa ao
capitalismo – União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) surge neste
contexto de lutas pela igualdade social onde o partido bolchevista/comunista
promove uma revolução operária que objetivava a superação das limitações da
legalidade burguesa por vias da instauração de um regime socialista baseado no
marxismo;
·
Guerra Fria: conflito
nos planos ideológico, político, econômico e social entre os blocos
capitalistas e socialistas pela hegemonia do mundo. Onde o mundo capitalista é
obrigado a considerar a nova realidade apresentada, ou seja, a aplicação
efetiva da cidadania com o avanço da garantia pelos Estados, de bens e serviços
públicos e a proteção à população, que regulamentava a vida política e econômica
dos países com a parceria dos sindicatos e empresas privadas. Essa nova
realidade seria conhecida como Estado de Bem Estar Social ou Welfare
State;
·
Revolução de 30: marco da
contemporaneidade e da inserção do país na sociedade capitalista, ocorrida no
período Getulista, que se configura como a troca do poder do Estado para a
burguesia industrial, sem mexer com os latifundiários e a manutenção do caráter elitista;
·
o país
passou o viver o chamado “Milagre Econômico”, onde houve a
·
Milagre Econômico: período
vivenciado Durante a Ditadura Militar, em que a economia brasileira passa por
um processo de aceleração do crescimento e as cidades continuavam altas
populacionais, gerando uma grande concentração de pobreza nos centros urbanos.
Mesmo diante da necessidade poucos investimentos foram realizados no campo
social. Na década de 70 houve um decréscimo nesse crescimento, evidenciando
ainda mais as condições de pobreza e miséria da população;
·
Nova Cidadania: formuladas
pelos movimentos sociais A partir das demandas com foco nas expressões da
questão social, como: moradia, emprego e saúde e ainda com a adoção de novos
paradigmas – gênero e raça. A base democrática estava voltada para uma
transformação societária, através do estabelecimento de canais de comunicação entre
o advento de novos sujeitos sociais de naturezas diversas e na ampliação dos
espaços de política;
·
Estado teocrático e absoluto: com a
legitimidade na representação divina tendo como centro a figura do faraó,
portanto oriundo do interesse de uma classe social e com a necessidade de
desenvolvimento de um conjunto de normas, hierarquias e divisão do trabalho,
com o intuito de defender a manutenção
de seu poder. Dessa situação nasce o direito;
- Código de Ur-Nammu:
oriundo da Suméria, trazia transcritos os costumes e as decisões tomadas
em conflitos anteriores;
·
Código de lipt-Ishtar: Acádia e
Suméria, estabelecia normas, como a instituição de multa por atos ilícitos e a
libertação dos escravos ( desde que este comprasse sua liberdade);
·
Código Esnunna: mais
amplo, como as primeiras noções de direito civil e penal;
·
Código Hamurabi: baseado
na Lei do Talião “olho por olho e dente por dente”. Principal
instrumento normativo institui regras para dirimir os problemas sociais, o
respeito aos Deuses e a hierarquia de classes. No entanto suas aplicações
variavam de acordo com a classe social ocupada pelos envolvidos na questão;
·
Estado de Direito: que
determina os limites entre as atividades do Estado e as liberdades individuais,
a partir da supremacia da constituição, ou seja, a separação dos poderes. Ao se
declarar um Estado democrático de direito, o Brasil se compromete a exercer o
poder político atingindo seu objetivo maior de bem-estar dos cidadãos e a
prevalência dos interesses públicos sobre os privados. Esses princípios devem
ser norteadores da elaboração de políticas públicas, previstas em orçamento e
com o respaldo da Lei Orçamentária. Lembrando da busca por parcerias com a
sociedade civil organizada, como forma de garantir a efetividade nas políticas
públicas, imprimindo ao Estado seu caráter democrático e participativo.
·
Estado
Democrático de Direito: Com sua constituição emerge a necessidade de que
as diferentes esferas de governo tenham o comprometimento e o conhecimento da
realidade local para a implementação de políticas públicas que favoreçam a
promoção de igualdade e o acesso à cidadania, isto baseado no estabelecimento
de prioridades, provisão de recursos em orçamento público e ainda a participação
da sociedade civil;
·
Políticas
Públicas: mecanismos que norteiam a execução dos planos e
programas de governo, que incidirão sobre a sociedade buscando a efetiva “leitura da Constituição Federal” no
tocante à concretização de objetivos e os direitos;
·
Secretaria
de Políticas para as Mulheres – SPM: tem por finalidade de criar
espaço para a promoção e articulação de ações voltadas à implementação de
políticas públicas para as mulheres, onde se inaugura uma nova era das
políticas com a missão de enfrentar as desigualdades de gênero. Foi responsável
pela realização de conferências e elaboração de planos com o objetivo de levar
à agenda pública políticas específicas para as mulheres. A partir das quais se
estabeleceu parcerias importantes a fim de garantir direitos, sendo a igualdade
de tratamento e a de oportunidades;
·
Marcha do
Tricentenário da morte de Zumbi dos Palmares, contra o racismo, pela cidadania
e a vida: ocorrido em Brasília no ano de 1995, onde
ativistas negros entregaram um documento ao presidente, tendo em pauta suas
reivindicações, como a denuncia ao racismo, busca por inclusão e apresentação
de políticas públicas.
·
Grupo de
Trabalho Interministerial para a valorização da população negra – GTI: cuja
missão era a de inscrever definitivamente a questão do negro na Agencia
Nacional. Este processo culmina na
criação da Secretaria de Políticas de promoção da Igualdade Racial – SPPIR,
órgão responsável pela ação governamental da temática racial, através da
assessoria, coordenação e articulação de políticas em prol da igualdade racial.
Fonte: Texto produzido pela
aluna GPP-GeR/UFES - Walesca Fisch – Polo Aracruz.
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