segunda-feira, 2 de abril de 2012

ESTUDO DE CASO DE VIOLÊNCIA DE GÊNERO


A violência de gênero resulta da dita superioridade masculina transmitida pela cultura sexista de nossa sociedade, que apregoa estereótipos de força, virilidade e potência. É um tipo específico de violência que vai além das agressões físicas e da fragilização moral e limita a ação feminina. Não acontece somente entre quatro paredes, mas se faz presente em todos os lugares, por alegações aparentemente fúteis. Carrega uma carga de preconceitos sociais, disputas, discriminação, competições profissionais, herança cultural machista, se revelando sobre o outro através de várias faces: física, moral, psicológica, sexual ou simbólica.


Tal violência, antes vista como uma questão pertencente à esfera privada, a partir de meados da década de 1980 passou a ser apreendida de maneira mais complexa. Como resultado do trabalho dos movimentos feministas para que o Estado reconhecesse a necessidade da criação de órgãos especializados em atender às vítimas de violência e proporcionasse um tratamento legal ao assunto, veio à tona um problema que é cultural, social e público.


site de Linhares
Dados recentes demonstram que a violência contra a mulher aumentou consideravelmente em todo o Brasil e em todas as camadas sociais, revelando a triste realidade da discriminação e violência de gênero e raça, principalmente em ocorrências de homicídio.

Hoje o Espírito Santo ocupa o 1º lugar de violência e assassinato de mulheres em todo o território nacional, de acordo com o Mapa da Violência no Brasil, divulgado pelo Ministério da Justiça de 2012, posição liderada há 10 anos.

Segundo o estudo do Ministério da Justiça, na lista dos 90 municípios brasileiros com taxas acima de 8 homicídios em 100 mil mulheres, o que representa praticamente o dobro da média nacional, oito são do Espírito Santo.

De acordo com o Estudo, o município de Linhares, interior do Espírito Santo, que tem uma população feminina de 65.775, ocupa a quarta posição nacional com 13 assassinatos em 2008 e a primeira posição no Estado, seguido por Serra, Cariacica e Aracruz.

A senhora Marinalva da Silva Alves, nascida em 06/04/1948, teve cerca de 65% do corpo      queimado na madrugada do dia 15/03/2012, configurando tentativa de homicídio. Marinalva era moradora de rua e na ocasião dormia com outras pessoas em uma quadra de esportes desativada do bairro Aviso, Linhares/ES.

De acordo com testemunhas o autor do crime, um adolescente de 16 anos, de família classe média, jogou um líquido inflamável e ateou fogo nos colchões em que a vítima dormia. A mulher não teve chance de defesa, posto que estava sob efeito de bebidas alcoólicas.

Fatidicamente a moradora de rua veio a óbito na noite do dia 16/03/2012. O que era tentativa se tornou homicídio qualificado, cometido por motivo fútil. A prática de violência contra mulheres tem se tornando algo comum entre adolescentes que se sentem impunes.

Tais atitudes preocupam e nos levam à reflexão. A impunidade tem favorecido comportamentos discriminatórios, em especial contra o gênero feminino. Essa realidade é um problema público, legal, merecedor de atenção das políticas públicas, da polícia, da justiça e de toda a sociedade civil.

Fonte: Texto produzido pela aluna GPP-GeR/UFES – Josimara dos Santos – Polo Aracruz – ES.

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