Saudações colegas de curso e demais pessoas que apreciam nosso trabalho e apóiam a causa das mulheres. Minha tarefa nesta etapa do blog era pesquisar na comunidade casos que se ajustassem aos temas estudados durante o módulo 03.
Entrevistei a Sra. H. E. J. de 40 anos moradora de um bairro de alta vulnerabilidade social de Aracruz. Durante a entrevista a Sra H. E. J. aceitou falar sobre sua vida particular mas, me pediu que seu nome completo não fosse divulgado, apenas as iniciais.
www.pma.es.gov.br/noticia/1382/
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Devido a este pedido usaremos apenas as iniciais. Dona H. E. J. nos contou um pouco de sua história de vida. Informou-nos que nasceu no interior do município e veio para a Sede ainda criança devido às várias dificuldades enfrentadas por sua família. Dona H tem 10 irmãos.
Ao chegar à Sede do município dona H. E. tinha apenas 08 anos de idade e estava em defasagem escolar pois desde muito nova precisava ajudar a mãe nas tarefas domésticas e devido a isto, faltava muito na escola, repetindo de ano por duas vezes consecutivas.
Na cidade dona H. E. teve melhores condições para ir a escola e se manter estudando. Mas seus irmãos infelizmente não conseguiram completar os estudos. Alguns deles tiveram que abandonar os estudos para ajudar na complementação da renda da família. Mesmo estudando um pouco mais que seus irmãos Dona H. informou que, se estivesse maiores condições hoje ela teria um emprego melhor. Atualmente dona H. trabalha como empregada doméstica na casa de uma família tradicional da região.
Dona H. informou-nos que por várias vezes se sentiu ofendida com alguns comentários de seus ex-patrões, comentários racistas e maldosos que a deixavam entristecida. Mas, ela nunca desanimou diante de situações de discriminação sofridas no emprego e na sociedade, ela nos disse que as vezes em que foi discriminada e as vezes em que se sentiu ofendida por comentários relativos a cor de sua pele e seu nível de escolaridade, serviram como meio instigador de maior atitude e ação por parte dela. Começou a denunciar as discriminações e violações de direitos que sofria. Trocou de casa (trabalho) e hoje possui carteira de trabalho assinada e todos os direitos trabalhistas garantidos na CLT.
Hoje dona H. voltou a estudar, terminou o Ensino Médio e está prestando vestibular para Direito. Dona H. é um exemplo para as mulheres, crianças e adolescentes do seu bairro, pois estimula todos a estudarem e a não aceitarem preconceitos e violências.
Texto produzido pela aluna GPPGeR/UFES – Princila da Cunha – Polo Aracruz.
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