sábado, 21 de julho de 2012

A mulher no mercado de trabalho

Algumas pessoas defendem que não, mas as mulheres ainda sofrem um velado e consistente preconceito quando o assunto é mercado de trabalho. Uma prova disto é o estudo divulgado pela publicação americana "Latin Business Chronicle" que revelou: dentre as 500 maiores empresas latino-americanas, apenas nove são chefiadas por mulheres, sendo que sete no Brasil e duas no México. O número é mais preocupante ainda quando se pensa que apenas 1,8% das companhias de diferentes portes da região têm uma mulher no posto mais alto.

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Inúmeras conquistas femininas foram alcançadas nas últimas décadas, todavia não se pode esquecer que as dificuldades de acesso a cargos executivos e as diferenças salariais demonstram que ainda existem grandes barreiras a serem suplantadas. O Censo 2010 realizado pelo IBGE, por exemplo, revelou que o salário médio da brasileira equivale a 73,8% daquilo que um homem recebe no mesmo cargo, uma relativa melhora comparativamente ao nível de 67,7% da pesquisa feita em 2000, mas ainda distante da paridade de remuneração já alcançada em outros países.

Por outro lado, as mulheres também têm o que comemorar. Em média, elas chegam mais rapidamente a cargos de gerência (36 anos, contra 40 anos dos homens), já respondem por 42% das vagas ocupadas no mercado formal e representam dois terços das pessoas que concluem cursos superiores no país.

Aliás, este último dado merece destaque, pois ajuda a explicar porque as mulheres ascenderam tanto nos últimos anos. Com uma escolaridade maior, muitas empresas optam por elas quando precisam preencher seus cargos técnicos especializados e posições de gestão. O número de engenheiras tem aumentado consideravelmente, as administradoras de empresas já são maioria e o mesmo ocorre nos cursos de pós-graduação onde elas já dominam as salas de aula.

Outro ponto que deve ser ressaltado é que a decisão de compra numa série de mercados passa pelo crivo feminino - especialmente em bens de alto valor, sendo imprescindível às organizações, por conseguinte, saberem o que elas pensam. Mas como as companhias estão descobrindo o que passa por suas cabeças? Dentre outras medidas, passaram a contratar mulheres para cargos de liderança operacional, áreas ligadas ao desenvolvimento de novos produtos e estão procurando formas de facilitar o ingresso delas nos conselhos de administração.

Além disso, a própria realidade complexa atual as favorece, visto que dentre as competências mais valorizadas, muitas são genuinamente femininas. A intuição, também chamada de "sexto sentido da mulher", é fundamental na tomada de decisões e já se comprovou cientificamente que os homens não são tão intuitivos assim. Outra competência, a flexibilidade, é desenvolvida pelas meninas desde a infância enquanto que, culturalmente, a educação dos meninos os leva a serem mais rígidos quando solicitados a lidarem com mudanças. Isto só para citar duas das habilidades mais requeridas.

É claro que a sociedade precisa vencer o preconceito que ainda recai sobre a mulher trabalhadora no Brasil, mas a sua dedicação, entusiasmo e competência estão compensando o atraso cultural ainda existente. Ao mesmo tempo, discussões políticas à parte, a eleição de uma mulher para presidir o Brasil demonstra que o sexo feminino encontra-se fortalecido e preparado para ocupar qualquer cargo de liderança no mundo contemporâneo.

Como admirador das mulheres e interessado direto no assunto em questão, torço apenas para que dentro de alguns anos não tenhamos que recorrer a um sistema de quotas para garantir o acesso do homem aos bons postos de trabalho.

Fonte: Retirado do site http://www.rh.com.br/  em 19 de junho de 2012 às 11h25min.

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