sexta-feira, 30 de março de 2012

Mulheres: SPM identifica problemas no combate à violência

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga a violência contra as mulheres e tem a senadora Ana Rita (PT-ES) como relatora, abriu, na tarde desta terça-feira, 20 de março, a etapa de depoimento a autoridades, em Brasília. Na sessão, a secretária nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) da Presidência da República, Aparecida Gonçalves, apresentou dados que revelam a fragilidade do Estado brasileiro no combate à violência contra as mulheres.


Ao comentar sobre a importância da Lei Maria da Penha, ela defendeu o fortalecimento das medidas protetivas e disse que um dos grandes desafios e não deixar as mulheres conviverem com o sentimento de impunidade.

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“Se não resolvermos o problema da impunidade, se não assumirmos isto, vamos pagar o preço do descrédito da Lei Maria da Penha”, afirmou. Aparecida disse, ainda, que para isso, os agressores precisam ser punidos e que a lei é para ser cumprida.

A secretária nacional apresentou a realidade dos serviços da rede especializada de atendimento às mulheres vítimas de violência. De acordo com ela, embora o País tenha 5.564 municípios, existem apenas 963 unidades de atendimento especializado para mulheres, como delegacias, centros de referências e abrigos.

Do total de unidades, 374 são delegacias (apenas em 7% das cidades). “Precisamos analisar por que não há investimento em serviços especializados por parte do Poder Público. Temos de ampliar e fortalecer a rede de atendimento”, disse.

Ela revelou, ainda, as dificuldades de obtenção de dados oficiais sobre a violência contra as mulheres. “Na maior parte das vezes não conseguimos ter informações corretas dos agentes de segurança”. Outro desafio, avaliou, é integrar a segurança pública e criar um cadastro nacional de dados.

Na opinião da secretária é necessário mais envolvimento dos órgãos de segurança pública na atenção aos casos de violência contra as mulheres, em especial nos boletins de ocorrência e inquéritos; e do Poder Judiciário na concessão de medidas protetivas com base na Lei Maria da Penha.

Em sua fala, a secretária apontou, ainda, problemas para o avanço da implementação do Pacto Nacional pelo Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, tais como estrutura deficitária dos organismos de políticas para as mulheres em estados e municípios e a inadimplência dos governos estaduais para captação dos recursos do Pacto.

Para acessar a matéria na integra, clique AQUI.

Fonte: Retirado do site http://www.anarita.com.br  em 28 de março de 2012 às 21h36min.

terça-feira, 27 de março de 2012

Debate online Mulher: Democracia, Políticas Públicas e Cidadania - 28/03/2012

O Conselho Federal de Psicologia (CFP) realiza debate online em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, comemorado dia 8 de março. O evento acontecerá dia 28/03 às 10h com o tema “Mulher: Democracia, Políticas Públicas e Cidadania”. O CPF convidou mulheres de diferentes áreas de atuação e profissões distintas para debater o tema, sob pontos de vista diversos.

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A convidada Vanda Maria Souza Ferreira é Pedagoga, pós-graduada em História da África e Cultura Afrobrasileira. Ela foi Ouvidora da Fundação Petrobras de Seguridade Social (Petros), onde criou o Comitê Pró-Equidade de Gênero, Raça e Diversidade. Vanda destacou-se em diversos conselhos estaduais e universitários, além de ocupar importantes cargos como o de Subsecretária Adjunta de Direitos Individuais, que integra a Secretaria de Estado de Direitos Humanos e Sistema Penitenciário do RJ. É a segunda Secretária de Estado negra, ao assumir a Secretaria Extraordinária de Defesa e Promoção das Populações Negras do Estado do RJ.
A debatedora Cynthia Semíramis Machado Vianna é mestre em Direito, Cientista Social e dedica-se à educação e à pesquisa em direitos humanos e combate às discriminações. Seu objeto de estudo são os direitos humanos das mulheres, especialmente o controle jurídico da sexualidade feminina, violência contra mulheres e atuação da mídia em relação às mulheres.
 
Marlise Miriam de Matos Almeida é Psicóloga, mestre em Teoria psicanalítica e doutora em Sociologia com formação complementar em Direito Internacional dos Direitos Humanos. Atualmente é professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), onde coordena o Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Mulher (NEPEM) e o Centro do Interesse Feminista e de Gênero (CIFG). Como pesquisadora tem atuado na área das relações de gênero, de avaliação de políticas públicas, de representação e participação políticas, movimentos sociais e minorias e comportamento político de mulheres.
 
O debate será transmitido em tempo real via internet por meio do site do CFP. O objetivo é levar a temática para vários cantos do Brasil de forma democrática. Para isso, durante a transmissão, o e-mail eventos@cfp.org.br estará disponível para que internautas participem enviando dúvidas e comentários. A mediação será realizada pela conselheira do CFP Roseli Goffman.

Acesse a figura do evento na coluna da direita e tenha acesso ao site do CPF.
 
Fonte: Retirado do site www.agenciapatriciagalvao.org.br  em 27 de março de 2012 às 16h00min.

domingo, 25 de março de 2012

Suicídio de jovem forçada a casar com seu estuprador causa protestos

Ativistas marroquinos intensificaram a pressão para derrubar a lei que permite que estupradores casem com suas vitimas depois que uma menina de 16 anos de idade cometeu suicídio.

Amina Al Filali usou veneno de rato para tirar a própria vida após ficar casada por cinco meses com o homem que a violentou e que, desde a união permanente, a agredia fisicamente.

Uma petição online e uma manifestação prevista para este sábado tratam da lei como "constrangedora" para o país.

www.bbc.co.uk/portuguese/
Os ativistas querem a suspensão do Artigo 475 da lei local que permite que estupradores escapem da prisão se eles aceitarem "restaurar as virtudes" da vítima - ou seja, se se casarem com ela.

Estuprada aos 15 anos, Amina foi obrigada a se casar com seu estuprador com apoio de um juiz.

Pela lei do Marrocos, o crime de estupro é punido com 10 anos de prisão, chegando a 20 se a vítima for menor de idade.

"O artigo 475 é constrangedor para a imagem internacional de modernidade e democracia no Marrocos", disse à BBC Fouzia Assouli, presidente da Liga Democrática do Marrocos para os Direitos da Mulher.

"No Marrocos, a lei protege a moralidade pública, mas não o indivíduo", acrescentou Assouli. Ela afirma ainda que legislação proibindo todas as formas de violência contra as mulheres, incluindo estupro dentro do casamento, está para ser implementada desde 2006.

Deserdada

A jornalista da BBC em Rabat, Nora Fakim, diz que em partes conservadoras do Marrocos é inaceitável para uma mulher perder a virgindade antes do casamento - e a desonra é dela e de sua família, mesmo que ela seja vitima de estupro.

Amina veio da pequena cidade de Larache, perto de Tânger, ao Norte do país.
A idade legal do casamento em Marrocos é de 18 anos, salvo se houver "circunstâncias especiais" - que é a razão pela qual Amina era casada, apesar de ser menor de idade.

A imprensa local diz que a menina queixou-se a sua família sobre maus tratos, mas acabou deserdada, o que teria provocado o suicídio.

Testemunhas afirmam que o marido ficou tão indignado quando Amina tomou o veneno que a arrastou pelos cabelos pela rua - e ela morreu pouco depois.
Ativistas estão pedindo que o juiz que permitiu o casamento e o estuprador sejam presos.

Estudo governamental realizado no último ano dá conta de que cerca de um quarto das marroquinas sofreram ataques de ordem sexual ao menos uma vez durante suas vidas.

Fonte: Retirado do site http://www.bbc.co.uk/portuguese/  em 21 de março de 2012 às 09h00min.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Garoto tentou queimar mulher 2 dias antes

Dois dias antes de ter seu corpo queimado, quando dormia sobre um colchão numa praça de Linhares, a moradora de rua Marinalva da Silva Alves, 56, que morreu na sexta-feira, em consequência das queimaduras, havia sido alvo da tentativa do mesmo crime, praticado pelo mesmo adolescente de 16 anos, que está em liberdade.


Quem afirma é o delegado Fabrício Lucindo, chefe do Departamento de Polícia Judiciária da cidade, e que apreendeu (o correspondente à prisão) o rapaz depois do ato infracional (nome equivalente a crime, usado quando o autor é menor de 18 anos).


acarifotosefatos.blogspot.com.br
Cercado


Lucindo diz que o adolescente, em seu depoimento, disse que a mulher só não foi queimada antes porque percebeu sua aproximação. Dois dias depois, ele colocou fogo em vários pontos do colchão, quando ela dormia, próximo a outros dois moradores de rua.

"O rapaz praticamente cercou o colchão, feito de material inflamável, com fogo. Ele confessou tudo e disse que não estava arrependido do que fez".

O delegado diz que outros dois moradores de rua e duas testemunhas confirmaram a história contada pelo garoto. E admite que ficou surpreso com o fato de o Ministério Público ter se manifestado a favor da liberação do adolescente.

"Como não mantê-lo internado, depois de ter cometido um ato tão bárbaro, de enorme repercussão?", indaga o delegado.

Mas Lucindo faz questão de frisar que confia na decretação da internação do adolescente pela Justiça, lembrando que muitos moradores de Linhares, indignados com o crime, mantêm essa mesma expectativa.


O adolescente está em casa com os pais, que segundo o delegado são de classe média baixa e muito conhecidos na comunidade. No dia da apreensão do garoto, o delegado diz que o pai foi surpreendido também com a informação de que o filho era usuário de drogas.

Padre critica a não apreensão de adolescente

Membro das pastorais do Menor e Carcerária da Arquidiocese de Vitória, padre Saverio Paolillo, mais conhecido como Padre Xavier, criticou o fato de o adolescente que, segundo a polícia, confessou ter queimado a moradora de rua, não ter sido apreendido numa unidade de internação.

"Se fosse Marinalva a cometer o crime, por não ter residência fixa e por não estar estudando e trabalhando, permaneceria na cadeia. Contradições como estas encontro aos montes nas minhas andanças pelo sistema socioeducativo e penitenciário", diz Padre Xavier, no texto intitulado "A história de Marinalva: uma moradora de rua queimada viva".

Para ele, quem comete um delito deve assumir as consequências de seus atos. "Sempre defendi essa tese, apesar de ser injustamente acusado de defender bandidos", argumenta.

"Marinalva merece justiça porque era um ser humano e uma cidadã brasileira", diz o padre, defendendo "uma medida mais enérgica" para o responsável pelo ato que vitimou a mulher.

MP: dúvidas em depoimentos

O Ministério Público disse que representou contra o adolescente, mas voltou a frisar que depoimentos de testemunhas deixam dúvidas sobre a intenção do garoto na prática do ato infracional. Sobre a reintegração do adolescente à família, diz que se deu "diante da confirmação de domicílio fixo e comprovação de que ele é estudante, com a responsabilização para comparecimento em juízo quando for determinado".

Fonte: Retirado do site http://gazetaonline.globo.com  em 20 de março de 2012 às 18h56min.

domingo, 18 de março de 2012

São muitas as maneiras de agredir mulheres

Justamente quando se completam doze anos da criação da lei Maria da Penha, sancionada com o objetivo de proteger as mulheres das agressões dos companheiros, constatou-se, que só no primeiro semestre de 2012 mais de 5 mil delas já foram agredidas e ameaçadas pelos maridos, namorados, noivos e amantes. Isso sem falar nos casos fatais nos quais a morte é o triste final de um caso de amor...

O Instituto Nacional de Proteção à mulher mergulhou fundo no assunto, analisando o problema por vários ângulos, com entrevistas de autoridades e relatos pungentes das vítimas.

Essa lei foi o resultado da luta de perseverança da farmacêutica bioquímica Maria da Penha Maia Fernandes, natural do Ceará, que por duas vezes sofreu tentativa de morte por parte do marido, o colombiano Marco Antonio Herédia Ribeiro, ficando paraplégica.

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A lei modificou vários procedimentos sobre este tipo de crime.

A mulher não pode mais retirar a queixa. Agora, depois de autuado em flagrante, só a justiça pode liberar o acusado, medida necessária que demoro 20 anos para se tornar realidade.

Mas o que a tal pesquisa não registrou- e também não era de seu foco -foi o surpreendente número de anúncios oferecendo “serviços” de pitonisas, cartomantes, videntes e coisas tais, com poderes de resolver qualquer problema sentimental, sendo que são justamente as mulheres as maiores vítimas desse mercado.

Esses anúncios prometem que, em menos de 10 dias, o amado (ou amada) volta para os braços do interessado (a) mediante pagamento de “quantias irrisórias”.

Pelo que se vê de cartazes, fica claro que tal atividade está em franca evolução, com as mais variadas denominações das figuras portadoras desses discutíveis poderes, o que não deixa de ser uma contundente agressão as mulheres ingênuas e desavisadas.

Por conta disso vale à pena passar aos leitores uma historinha que nos é narrada pó uma amiga, cujo nome vamos omitir, para não fazê-la sofrer mais.

Separada do marido há alguns meses, e na esperança de tê-lo de volta, a jovem senhora procurou uma “milagreira”, que prometia fazer com que isso acontecesse em menos de uma semana.

A “milagreira” teria passado a mão em sua cabeça e cobrou R$ 2600 pela difícil tarefa de afastar um “trabalho” que havia feito contra ela. Impressionada com a força do ambiente e o papo da mulher, nossa amiga pagou e aguardou os resultados.

Foi então que o marido sumiu de vez! Ela voltou ao consultório para reclamar. Então a espertalhona apareceu com um ovo e avisou que ali estava o “despacho” que lhe devolveria o homem amado e que para isso deveria pagar o valor de R$ 10 mil.

Nessa nossa amiga preferiu ficar sem o marido, e agora procurou uma delegacia para prestar queixa sobre o estranho e prosaico feitiço.

Como ensina aquele velho ditado popular “enquanto houver cavalo, São Jorge não anda a pé”.

É por aí que a banda toca aqui neste nosso glorioso Brasil, pátria amada, salve, salve!!!

Fonte: Matéria extraída do Jornal A Tribuna de 13 de março de 2012 – Por Pedro Maia.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Política era barbárie para ter participação feminina, explica jurista

A mulher adquiriu o direito de votar em 24 de fevereiro de 1932, por meio do Código Eleitoral Provisório. Apesar da conquista, essa legislação estabelecia restrições: podiam votar as casadaa, mas precisavam de autorização do marido, e as mulheres solteiras e viúvas com renda própria.

O voto era facultativo. Esses requisitos foram extintos em duas etapas no Código Eleitoral – a primeira em 1934 e, a segunda, em 1946. Desde então o voto passou a ser obrigatório para todas as mulheres, sem exceção.

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O estado do Rio Grande do Norte foi o primeiro a conceder o direito de voto feminino, em 1927, três anos antes da nacionalização do direito.

Em entrevista à Agência Brasil, o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral Walter Costa Porto lembra como o voto feminino era interpretado.  “[Na época] havia argumentos incríveis, [como por exemplo] que a mulher não podia ser chamada para essa coisa bárbara que eram as eleições”, disse ele.

Nos dias atuais, as mulheres ganharam mais espaço na política, mas a participação ainda é pequena, segundo analistas políticos e sociais. A cientista política Andrea Azevedo disse que o avanço foi mais lento do que poderia ter ocorrido.

– Se você pensar que há quase 100 anos as mulheres brasileiras podem votar e hoje as mulheres são menos de 12% dentro da Câmara dos Deputados, conseguiram atingir o recorde de quase um terço de ministras no governo Dilma [Rousseff]. Nota-se que esse avanço foi muito lento, disse à Agência Brasil a especialista.

A professora da Universidade de Brasília (UnB) Liliane Machado, especialista em feminismo, disse que o pequeno percentual de mulheres no Congresso Nacional reflete o preconceito que ainda existe do eleitor na hora de votar.

Ela acrescentou ainda que as próprias mulheres têm preconceito em relação ao gênero feminino. “Se a mulher, desde que nasce, ouve dizer que é inferior ao homem, ela projeta essa representação”, ressaltou a especialista.

Para Liliane Machado, a reserva de 30% do total de vagas para disputas eleitorais destinadas às mulheres é pequena. Segundo ela, os partidos políticos indicam a existência desse percentual para cumprir a lei. Porém, a especialista disse que, ao mesmo tempo em que isso ocorre, as legendas partidárias não injetam dinheiro suficiente nas campanhas das mulheres.

– [Aí] então fica difícil [essas candidatas] se elegerem, pois cada vez mais as campanhas ficam caras e midiáticas, disse.

A especialista da UnB defendeu uma reforma política urgente. Para ela, é fundamental mudar as regras no financiamento das campanhas das candidatas e buscar uma solução que resolva de forma definitiva a questão da minoria de mulheres – tanto como candidatas, como depois de eleitas.

Fonte: Retirado do site http://correiodobrasil.com.br/  em 10 de março de 2012 às 12h13min.

quinta-feira, 15 de março de 2012

Desafio das mulheres é ampliar as conquistas, dizem especialistas

A conquista do direito ao voto feminino ocorreu em etapas e períodos distintos no mundo. Da Europa às Américas, passando pela África e Ásia, as mulheres obtiveram o direito de escolher seus candidatos.

Mas é necessário ampliar essas conquistas, segundo especialistas ouvidos pela Agência Brasil. Ao visitar o Canadá, que faz parte do G20 (grupo dos países mais ricos do mundo), o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral Walter Costa Porto disse ter se surpreendido com a conquista das eleitoras canadenses.

– Estive no Canadá e me surpreendi com a participação da mulher. Liberdade absurda. A não dependência do marido e de um casamento [por exemplo]. Evidentemente conquistaram seu papel na sociedade, ressaltou o ex-ministro. No Dia Internacional da Mulher, a Agência Brasil publica uma série de reportagens especiais sobre a trajetória feminina na busca pela visibilidade no campo político.

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No Canadá, a mulher obteve o direito de votar em 1918. Onze anos depois, as mulheres lutaram contra uma decisão judicial que as impedia de assumir cargos no Senado. A história mostra que, desde então, as mudanças sociais em relação às mulheres foram se fortalecendo.

Na vida familiar, as mudanças levaram à ampliação da inclusão feminina no mercado de trabalho – em 1991, 60% já faziam parte da mão de obra assalariada.

O ex-ministro lembrou também a trajetória das mulheres no Reino Unido, cuja  participação feminina na política também foi tardia. Na década de 1910, havia protestos estimulados pelos defensores do direito ao voto, que conseguiram a conquista apenas em 1918 por meio do Representation of the People Act – ato do Parlamento britânico que levou à reforma da legislação eleitoral.

Segundo Costa Porto, as mulheres britânicas começaram a ocupar os espaços dos homens no mercado de trabalho e era impossível ignorar que a participação feminina havia se fortalecido. Ele explica que:  “[Após fortes manifestações] os homens chegaram a um ponto que não tinham como negar o voto à mulher”.

Na França, o processo de participação feminina na política foi desencadeado pela Revolução Francesa (1789-1799). Apesar disso, no século 18,  as vozes feministas que reivindicavam o direito ao voto e ao espaço no cenário político foram abafadas. Na época, os homens eram intolerantes com suas mulheres e seus filhos. Esse tratamento preocupava as mulheres que lutavam pelo sufrágio.

De acordo com a professora da Universidade de Brasília (UnB) Liliane Machado, especialista em feminismo, o movimento sufragista feminino no Brasil teve influência dos movimentos feministas da Europa e dos Estados Unidos. “Esses movimentos já tem uma longa data e tem uma experiência de vários departamentos que trabalham com isso [luta pelos direitos das mulheres]”.

Para a representante da Organização das Nações Unidas (ONU) Mulheres Brasil e Cone Sul, Rebecca Tavares, a eleição de presidentas no Chile (ex-presidenta Michelle Bachelet) , na Argentina (a atual presidenta Cristina Kirchner) e no Brasil (Dilma Rousseff) não significa que as mulheres têm pleno acesso às esferas de representação política.

– As mulheres como presidentas têm [uma grande] popularidade, mas as mulheres como parlamentares não têm esse sucesso. Na América Latina, 22% dos parlamentares são mulheres. Não diria que o sucesso das mulheres como presidentas é um indicador de que elas o têm pelo acesso à participação política, disse Rebecca Tavares.

A representante da ONU acrescentou ainda que o desenvolvimento econômico e a participação política não estão ligados. Como exemplo, ela citou uma das nações mais importantes do mundo, os Estados Unidos, que até hoje não elegeram uma presidenta.

– A desigualdade de gênero e a discriminação existem em todo o mundo, independentemente de nível de desenvolvimento econômico. Nos Estados Unidos, a participação de mulheres no Parlamento está muito abaixo da média, disse ela.

De acordo com Costa Porto, em alguns estados norte-americanos, as mulheres já votavam no século 19. Nessa época, elas se envolveram na abolição da escravatura.  Susan Brownell Anthony,  uma das engajadas nessa luta, também levou a proposta para a aprovação da emenda de concessão o direito ao voto para as mulheres.

Nos Estados Unidos, três mulheres chegaram a ocupar o cargo de secretário de Estado, o equivalente a ministro de Relações Exteriores – Madeleine Albright, Condolezza Rice e Hillary Clinton.

Fonte: Retirado do site http://correiodobrasil.com.br/  em 10 de março de 2012 às 16h28min.

quarta-feira, 14 de março de 2012

Liderança feminina: espero que em alguns anos ninguém escreva mais sobre isso

Não simpatizo com movimentos sexistas, não acredito em igualdade e não gosto de leis ou atos que favoreçam gêneros no mercado de trabalho. Não me sinto confortável em comemorar o Dia das Mulheres, porque penso que sou injusta com os homens por não retribuir a gentileza. Mas espere: caso eu tenha despertado algum desconforto em você, não desista de ler este artigo e me deixe fazer entender.

Pensemos em três variáveis sobre essa questão.

Primeiro - Historicamente as mulheres estão faz pouco tempo no mercado de trabalho. Na medida em que o tempo passa, creio que a importância de distinção de gêneros tende a diminuir. Façamos a conta. Há quanto tempo os homens saíram de seus lares e foram ao "mercado" buscar a "provisão"? Desde quando foram treinados para isso? Desde os primórdios, quando saíam à caça para trazer o alimento enquanto as mulheres cuidavam da colheita, do espaço familiar e doméstico. Resultado: há milhares de anos os homens são culturalmente programados para o mercado de trabalho.

E as mulheres? Embora pontualmente as mulheres sempre tenham contribuído para o sustento familiar (vide Revolução Industrial - quando saíam com as crianças para o trabalho e em culturas onde a tradição designa funções específicas para ela), efetivamente e de maneira global esse é um advento muito recente com menos de 100 anos. Falando de Brasil, não temos nem 50 anos de preparação feminina para o mercado de trabalho. Portanto, com o passar dos anos essa presença, inclusive em cargos de liderança, tende a atingir estatísticas mais igualitárias.

Segundo - A mudança cultural está acontecendo tanto no papel feminino quanto no masculino. O homem não é mais apenas o provedor material assim como a mulher não é apenas provedora de afeto e presença na vida dos filhos e da família. Assim como as mulheres, os homens privilegiam novos valores. É cada dia mais comum homens levarem seus filhos ao médico, enquanto suas mulheres estão em reuniões de trabalho. Nesta nova dinâmica, os papeis domésticos e de provisão material são divididos e reinventados o tempo inteiro.

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Essa geração entende que tanto o pai quanto a mãe devem comparecer às reuniões escolares, ao pediatra ou ao que for necessário. De certa forma essa mudança cultural alivia a dupla jornada da mulher e proporciona uma maior dedicação ao trabalho e, consequentemente, aumentam suas chances de ascensão profissional.

A concepção masculina de paternidade também mudou. Os homens cada vez mais querem estar com seus filhos e isto auxilia as mulheres com suas carreiras. Finalmente a sociedade está introjetando outros fatos óbvios: homem também tem uma vida familiar, os filhos precisam da presença masculina em suas vidas e "Reunião de Pais" termina com "s" no plural (e vejam bem, esse evento não se chama Reunião de Mães). Isso elimina a falsa sensação de que apenas a mulher pode ter como ponto limitador da carreira o fato de ter família e filhos, simplesmente porque os homens também os têm.

Terceiro ponto - Ainda que as mulheres gastem mais tempo com sua "carreira doméstica e familiar" (inclusive pelo papel biológico da concepção), e que 80% das empresas avaliam a disponibilidade dos entrevistados na hora de contratar, a tecnologia tende a suprir as necessidades das mulheres de conciliar sua carreira profissional com suas aspirações familiares. É inegável que a maioria das mulheres engravida, tem filhos e constitui família. Mas com a tecnologia disponível hoje, cada vez mais se torna possível que a mulher exerça cargos de liderança mesmo estando fisicamente distante da empresa. Aliás, o bom líder é aquele que cria uma equipe que consegue produzir sem a sua presença.

Além disso, notebooks, smartphones e outras tecnologias criam uma nova dinâmica em que as pessoas levam o trabalho para seus lares e, quando necessário, inserem sua vida pessoal no horário comercial sem causar prejuízos para a empresa e para a carreira.

Por fim gostaria de me apresentar. Sou executiva, mãe, esposa, irmã, filha, esportista, vizinha, amiga e assim como você (seja homem ou mulher) assumo vários papeis. Sei que não é uma jornada fácil, mas essa foi a escolha que fiz. Toda liderança requer renúncia, assim como toda escolha. Eu sabia que teria obstáculos, mas me preparo a cada dia para eliminá-los (prefiro eliminar a transpor, caso eu tenha que percorrer o caminho de volta). E acredito num futuro onde o mérito e os perfis de liderança sejam discutidos com maior relevância, sem ignorar que homens e mulheres são realidades do mundo corporativo seja em qual posição for e com seus neurônios, emoções, testosteronas e estrogênios têm muito a contribuir para o futuro da gestão no mundo.

Fonte: Retirado do site http://www.rh.com.br/  em 06 de março de 2012 às 17h53min.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Primeira mulher a comandar uma UPP recebe prêmio internacional nos EUA

A major da Polícia Militar Pricilla de Oliveira Azevedo, primeira mulher a comandar uma Unidade da Polícia Pacificadora, recebeu nesta quinta-feira, Dia da Mulher, o prêmio internacional Mulheres de Coragem 2012. Ela recebeu o troféu das mãos da primeira-dama dos Estados Unidos, Michelle Obama, e da secretária de Estado, Hillary Clinton, durante cerimônia em Washington. A major foi uma das dez vencedoras do prêmio.

Também participam da cerimônia Leymah Gbowee e Tawakkol Karman, que ganharam o Prêmio Nobel da Paz de 2011. O evento será no Auditório Dean Acheson do Departamento de Estado dos EUA. Em comum entre as premiadas, ações na área de direitos humanos, caso de Samar Badawi, ativista política da Arábia Saudita, ou de Hawa Abdallah Mohammed Salih, do Sudão.
noticias.yahoo.com
O prêmio é um luxo para Pricilla, evangélica da Assembleia de Deus, criada no subúrbio. Em 2007, ela sofreu um sequestro-relâmpago. Foi levada com uma arma enfiada na boca até uma favela em Niterói. Quando a identificaram como policial, ela apanhou, mas conseguiu fugir. Catou um por um seus detratores; só falta um. Em 2008, a major Pricilla recebeu das mãos do secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, a importante missão de comandar a ocupação da UPP no Morro Dona Marta, em Botafogo.

Beltrame não esconde de ninguém a admiração que tem pela história de Pricilla de Oliveira Azevedo, de origem humilde, parecida com a dos moradores da comunidade que protegeu por três anos. No início, chegou a andar de fuzil pelas vielas. Depois da pacificação, adotou a pistola. Mas a arma da major sempre foi mesmo a conversa. Junto com a repreensão no olhar, era imbatível. Pode parecer politicamente correta, mas, dizem, que se transformava em operações policiais. Estudante de direito, a major - que deixou até afilhados na favela - só saiu do Dona Marta para assumir o desafio de cuidar de todos os projetos estratégicos da pasta. Claro que o foco principal são as UPPs.

Fonte: Retirado do site http://br.noticias.yahoo.com/  em 09 de março de 2012 às 14h56min.

sábado, 10 de março de 2012

OAB/DF comemora renovação do Pacto pelo Enfrentamento à Violência contra as Mulheres

A conselheira da OAB/DF e primeira secretária do Conselho dos Direitos da Mulher do Distrito Federal, Marília Gallo, acompanhou, na segunda-feira (05/03), a cerimônia de renovação do acordo de cooperação com órgãos do Poder Judiciário do DF para o Pacto pelo Enfrentamento à Violência contra as Mulheres. O documento assinado pelo governo do Distrito Federal, Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, Ministério Público e Defensoria Pública do DF reforça e atualiza as ações definidas para o combate à violência.

É inadmissível que no ano de 2012, em um Brasil contemporâneo, em um Brasil democrático, exista mulher que apanhe de marido, companheiro ou namorado, protestou a ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República, Eleonora Menicucci. Para ela, as políticas são efetivas, mas ainda não existe uma mudança de mentalidade, sobretudo entre os homens, o que significa bater em mulher e o que significa não bater em mulher.

www.migalhas.com.br
Para atender às vítimas de violência doméstica do DF, a Secretaria irá repassar R$ 2,5 milhões ao governo distrital. Segundo Agnelo Queiroz, uma das ações do Pacto será a instalação de postos de denúncias nos Hospitais Regionais do DF. Já existem nos hospitais os postos policiais. Nós vamos credenciá-los para que eles recebam essas denúncias de violência contra a mulher dentro de uma rede em que pessoas serão treinadas a realizar um encaminhamento adequado.

A conselheira Marília Gallo destacou a importância da instalação da Câmara Técnica de Gestão e Monitoramento das ações do Pacto. Tais iniciativas traduzem o compromisso das três esferas de poder no sentido de ampliar a rede de atendimento à mulher em situação de violência no Distrito Federal, garantindo a instalação de novas varas especializadas em violência doméstica e, por via de consequência, a celeridade dos processos com aplicação efetiva da Lei Maria da Penha, o fortalecimento e a ampliação da Rede de Serviços para Mulheres em Situação de Violência, programas de proteção à saúde física e mental e cursos de qualificação profissional.

Fonte: Retirado do site http://www.jusbrasil.com.br/noticias em 07 de março de 2012 às 22h38min.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Diferença entre salário de mulheres e homens diminui

Estudo mostra que, entre 2010 e 2011, na Região Metropolitana de São Paulo, houve uma queda na diferença entre as remunerações pagas a mulheres e homens

Estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) divulgado nesta terça-feira (06) mostra que, entre 2010 e 2011, na Região Metropolitana de São Paulo, houve uma queda na diferença entre as remunerações pagas a mulheres e homens. Enquanto o aumento médio real por hora no sexo feminino passou de R$ 7,14 para R$ 7,32 no período, entre os homens os salários subiram de R$ 9,49 para R$ 9,54. Em termos porcentuais, as altas foram, respectivamente, de 2,4% e 0,4%.

De acordo com a pesquisa "Mulheres no Mercado de Trabalho da Região Metropolitana de São Paulo", enquanto em 2010 os valores médios dos rendimentos das mulheres correspondiam a 75,2% dos obtidos pelos homens, em 2011 essa proporção passou para 76,7%.

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Para a analista de mercado de trabalho do Dieese Ana Maria Belavenuto, apesar de o crescimento "bom e significativo" do rendimento médio das mulheres, equiparar as remunerações entre os gêneros ainda é o grande desafio. "As mulheres já estão indo para um mercado de trabalho mais estruturado, com carteira assinada e ocupações mais bem remuneradas", afirma. "Elas, porém ainda têm muito a percorrer."

Ana Maria diz que, se a remuneração média das mulheres seguir no mesmo ritmo de crescimento e os salários dos homens continuarem sendo reajustados na mesma proporção de 2011, os vencimentos médios entre os gêneros, com inflação estável, podem se equiparar em uma década. "Mas para essa previsão se concretizar temos de levar em conta muitas outras condições", ressalva.

Sobre o avanço mais acentuado da remuneração média, o estudo explica que as mulheres têm migrado de funções de baixo salário para outras que pagam mais. "Com o mercado de trabalho brasileiro aquecido, as mulheres vêm ocupando atividades de melhor remuneração no comércio e no setor de serviços, deixando para trás atividades domésticas de baixos salários", explica a analista. "O mercado de trabalho vem crescendo e favorecendo os dois gêneros, mas os dados mostram que são as mulheres que estão se beneficiando mais do crescimento do setor de serviços no País."

Fonte: Retirado do site http://gazetaonline.globo.com em 06 de março de 2012 às 23h00min.