segunda-feira, 21 de maio de 2012

CEERT lança cartilha sobre o Estatuto da Igualdade Racial – Uma nova Estatura para o Brasil


A publicação foi lançada duas vezes, no início de maio: O primeiro lançamento ocorreu na festa da CUT, em São Paulo, no dia 1º de maio. No dia 6 de maio, uma Roda de Conversa com jovens lideranças do Movimento Negro marcou o relançamento durante a Pílula de Cultura.

O conteúdo do Estatuto da Igualdade Racial é apresentado de maneira didática e simples na cartilha “Estatuto da Igualdade Racial: nova estatura para o Brasil”. Com ela, o CEERT espera tornar a lei compreensível a todos ao passo que afasta a linguagem jurídica que dificulta o entendimento da população.

A cartilha foi lançada pela primeira vez no evento da CUT (Central Única dos Trabalhadores) ocorrido em comemoração ao Dia do Trabalho, 1º de maio. No palco, Daniel Teixeira, coordenador de projetos do CEERT, falou sobre a importância de se ter uma legislação sobre igualdade racial que atinge todos os campos sociais como trabalho, mídia, educação, religião e a questão das terras para as comunidades quilombolas. “É importante assegurar direitos futuros e proteger aqueles que já foram conquistados”, afirmou.

www.ceert.org.br
Wilson Roberto Levy, MC do evento do CUT e diretor-executivo adjunto da Zulu Nation Brasil, considerou a cartilha importante para a “apropriação do conteúdo do Estatuto pelas entidades do Movimento Negro”. “Temos um estatuto que não é o que queríamos, mas agora que ele está aí, a luta continua para que ele seja posto em prática e ajude a melhorar a condição dos negros no Brasil”, disse.

O relançamento da cartilha aconteceu no dia 6 de maio durante a primeira Pílula de Cultura 2012, realizada pelo Instituto Feira Preta na Casa das Caldeiras, em São Paulo. Para enriquecer o momento, uma Roda de Conversa propôs reflexões sobre o seguinte tema: “Direitos passados a limpo – Estatuto da Igualdade Racial”, com as participações de Mafoane Odara (Fundação Ashoka), Priscila Preta (Capulanas – Cia. De Artes Negras), Tadeu Kaçula (Samba Autêntico e Rua do Samba), Chindalena Barbosa (Afrika), Samoury Mugabe (Articulação da Juventude Negra) e Daniel Teixeira (CEERT).

Adriana Barbosa, idealizadora da Feira Preta, falou sobre o que significa receber um evento como esse. “O lançamento da cartilha dentro da Feira Preta é uma chance de ter conhecimento político mais abrangente para toda sociedade, afinal, a feira tem uma dinâmica cultural e trazemos essa discussão para mais perto da juventude, ou seja, é um ganho enorme”.

Luiza Barros, ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), também estava presente e considerou o lançamento da cartilha uma iniciativa bem-vinda. “Nós, como governo, temos expectativa de que as instituições divulguem a existência do Estatuto para fazer com que as pessoas conheçam e construam demandas para que o setor público faça cumprir a lei, por isso, a iniciativa do CEERT é louvável”, ressaltou.

Jorge Arruda, secretário do CEPIR – Comitê Estadual de Promoção da Igualdade Étnico-Racial, vê na cartilha um instrumento de formação para membros de dentro e de fora do Movimento Negro. “A cartilha é um equipamento a mais no combate ao racismo”, considerou.

Durante a roda de conversa, Tadeu Kaçula discorreu sobre o protagonismo da juventude ali presente. “Nosso papel na sociedade contemporânea é de reverter o quadro de desigualdade que temos hoje, preservar a cultura africana, promover políticas para a população negra e valorizar a contribuição dos negros”, afirmou ao lembrar que a região da Barra Funda onde ocorria o evento normalmente é apontada como um reduto italiano, mas abrigou um dos maiores quilombos da cidade.

Mafoane Odara relembrou a luta das gerações passadas e como elas foram importantes para as conquistas de hoje. “A geração dos nossos pais teve que dizer o que é racismo e que ele existe. Nós pensamos na promoção da igualdade racial e novas relações”, refletiu.

“A promoção da igualdade racial, além do combate ao racismo”, deve ser o mote da luta do Movimento Negro agora em diante, segundo Chindalena Ferreira. Priscila Preta, integrante das Capulanas Cia. De Artes Negras, ressaltou a importância das artes não só na valorização da cultura negra como no combate ao racismo. “A arte por meio do corpo e o racismo são simbólicos. O racismo é uma discriminação pelo corpo”.

Samoury Mugabe, ex-conselheiro nacional da juventude, alertou para a carência de representação política da população negra. “Se não mudarmos esse quadro, teremos estatuto, mas faltará a representação política que o fortalecerá”, opinou.

Para fazer o download da cartilha, clique na figura abaixo:

asideiasforadolugar.blogspot.com.br



Fonte: Retirado do site www.ceert.org.br  em 21 de maio de 2012 às 13h00min.

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