sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Grupo 04 do Curso de GPPGeR/UFES – Polo Aracruz, contou com uma representante na 3ª Conferência Nacional de Politicas para as Mulheres em Brasília

Saudações colegas de curso e pessoas ligadas à luta das mulheres, meu nome é Princila, estou participando da 3ª Conferência Nacional de Politicas para as Mulheres aqui em Brasília. A delegação do ES conta com aproximadamente 50 delegadas (sociedade civil e poder público municipal e estadual), represento o poder público do município de Aracruz-ES, para mim é uma honra poder estar aqui defendendo os direitos das mulheres brasileiras. Espero poder contribuir nos debates e rodas de conversa para que as propostas aprovadas sejam as melhores e que de fato beneficiem as mulheres do nosso país!


Os conhecimentos adquiridos durante esses primeiros módulos do curso de GPPGR estão muito presentes em todos os momentos nas rodas de conversa, painéis e grupos de trabalho, possibilitando a mim entender com mais facilidade as propostas e o desenho desejado para as politicas publicas do nosso país.

É marcante a presença de mulheres negras; representantes de movimentos negros, indígenas, lésbicas, trabalhadoras rurais, ciganas, mulheres portadoras de necessidades especiais e idosas, cerca de 50% das mulheres participantes do evento, são negras e defendem firmemente todas as negras do país.  O discurso da diversidade e do racismo é constate, todas almejam a superação das discriminações e violências sofridas simplesmente por causa da cor da pele ou pela opção sexual, o movimento feminista se mostra muito presente defendendo propostas e tentando descontruir a imagem da mulher como apenas mãe e dona de casa.

No primeiro dia (12/12) foi realizada a abertura do evento, na ocasião a presidenta Dilma Rousseff esteve presente e fez um discurso relembrando suas palavras do dia de sua posse e reafirmando o compromisso com as mulheres brasileiras, Dilma informou ainda que os boatos que estão sendo vinculados na mídia sobre o desfacelamento da SPM não procede!

Devido a falhas logísticas algumas delegações foram hospedadas em locais muito distantes do Setor de Difusão Cultural Ulisses Guimarães, algumas ficaram hospedadas distantes cerca de 100 km. Fato que gerou vários transtornos.

Estiveram presentes a senadora Ana Rita (ES) e a Ministra Iriny Lopes (ES) ambas deram muita atenção à delegação do ES e agradeceram a presença das delegas, pediram que participássemos efetivamente das discussões para construímos coletivamente um bom trabalho. A ministra Iriny fez questão de ir até o local onde a delegação do ES e outros estados estavam para prestar esclarecimento referente às questões da hospedagem.






Senadora Ana Rita no dia da abertura do evento com a aluna do curso de GPPGR- Princila da Cunha no Centro de Convenções Ulisses Guimarães.


Ministra Iriny Lopes com a aluna do curso de GPPGR – Princila da Cunha no CNTI – Centro Nacional dos Trabalhadores da Indústria, onde a delegação do ES está hospedada.

No dia 13 após os trabalhos e grupos de estudo as participantes do evento tiveram a oportunidade de relaxar e curtir o show com a cantora Zélia Duncan que fez uma excelente apresentação onde todas as pessoas presentes cantaram e dançaram junto com ela.

Zélia abriu o show agradecendo a presença e dedicação de todas as delegadas (3 mil delegadas representando todos os estados brasileiros) reafirmando a importância de tal evento e a necessidade de construção de politicas publicas para todas nós mulheres brasileiras, disse que se sentia orgulhosa de poder fazer um show em um evento como este e de poder retornar a Brasília, cidade que gosta muito. “Sintam-se abraçadas. Abraçadas por todo o Brasil”. Zélia fez também uma homenagem a cantora Cássia Eller (Musica – Segundo Sol) e a Patrícia Galvão – símbolo da luta das mulheres (com a música feita em parceria com a Rita Lee, “Pagu”).

Já no dia 14 foram realizados vários painéis com os temas: Enfrentamento das desigualdades e a autonomia das mulheres; Plano Nacional de Políticas para as Mulheres: perspectivas e prioridades; após o almoço foram realizadas 04 rodas de conversa com os seguintes temas: Mulheres jovens e idosas – as politicas e as diferenças de geração; Relatos de experiências de gestão publica; Relatos de experiências de gestão publica e Mulher e participação politica.

Após o almoço as delegadas se dividiram em 24 grupos de trabalho subdivididos em três temas distintos: Autonomia cultural, Autonomia pessoal, e Autonomia politica, institucionalização e financiamento de politicas publicas para as mulheres.

Ao final dos grupos de trabalho as delegadas assistiram a uma palestra com Michelle Bachelet (Secretaria Geral Adjunta da ONU e Diretora Executiva da ONU Mulheres) logo em seguida houve show com o Grupo SaiaBamba (grupo composto exclusivamente por mulheres) o grupo agitou as participantes da 3º Conferencia em mais um dia de trabalhos.

Ainda no dia 14 de dezembro foi realizada uma reunião entre uma representante do Conselho Federal de Serviço Social – Maria Braga e várias Assistentes Sociais representando vários estados brasileiros; mais uma vez as/os Assistentes Sociais presentes na luta pela ampliação e garantia de direitos para a população brasileira e reafirmando o compromisso ético-politico da profissão, estando presente nos espaços de discussão e formulação de politicas púbicas.

Infelizmente tivemos vários episódios de violência urbana (roubos), racismo e lesbofobia. Várias foram às delegadas que relataram ter passado por situações delicadas de preconceitos de vários tipos, um dos casos de racismo foi parar na delegacia no DF, uma pessoa da empresa contratada para organizar o evento discriminou uma senhora negra.

Ouvimos também relatos de lesbofobia, “deveriam ter identificado um banheiro somente para lésbicas”.  E discriminações devido à localidade de moradia de algumas delegadas. É triste ver que em uma conferencia para a discursão de politicas para as mulheres e em um momento histórico para a sociedade brasileira ainda estão latentes as violências acima descritas e da pior forma possível; entre pessoas do mesmo gênero: mulheres.

A luta deve ser conjunta e em prol do coletivo visando à superação de tantos preconceitos e violações de direitos. Independente da militância (partidos políticos, movimentos sociais, religiões e sociedade civil) devemos ter em mente o respeito à diversidade e as opções pessoais de cada mulher, devemos também lutar para a superação dos tabus e paradigmas relacionados à posição da mulher na sociedade. As mulheres devem ter um discurso coeso e capilar para alcançar, por exemplo, a superação do machismo tão presente em nossa sociedade. Enquanto as mulheres não estiverem pensando de forma critica e sendo autônomas, pouco se avançará na superação da violência domestica, do racismo, da lesbofobia e tantos outros males que nos causam sofrimento...

Enquanto a mulher não puder decidir plenamente sobre o seu corpo ela não será completamente livre e autônoma. Precisamos estar unidas!




Texto produzido pela aluna GPPGeR/UFES – Polo Aracruz, Princila da Cunha. Fotos do arquivo pessoal de Princila da Cunha.


2 comentários:

  1. Parabéns Prin, o texto ficou muito bom, e sua participação na conferência, nem vou falar nada..rsr
    É importantissimo termos representantes nestes espaços de discussões...
    Com toda certeza fomos muito bem representados (as).
    beijo povo!!!...

    ResponderExcluir
  2. Parabéns Prin, pela participação e pelo belo texto que compartilhou com todos nós. Sua contribuição enriqueceu ainda mais o nosso trabalho.

    Um abraço de todo o nosso grupo!

    Anderson Pissinate Poltronieri
    Aluno GPPGeR/UFES – Polo Aracruz

    ResponderExcluir