quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Principais Conceitos - Módulo 2 - Políticas Públicas e Gênero

O Módulo 02 aprofunda as questões de gênero/raça, orientação sexual, sexualidade e principais movimentos, fazendo um paralelo das discussões entre o Brasil e o mundo, com intuito de dimensionar tais conceitos no tempo-espaço e garantir uma visão mais ampla das temáticas inseridas em cada unidade.

Na Unidade I, entendemos que Sexo e Gênero não têm o mesmo significado, pois o primeiro trata apenas da anatomia do corpo, enquanto o segundo é a ideia construída pelos seres humanos do que significa ser homem ou mulher, nas formas diferentes de se educar homens e mulheres, por meio da construção social.

O conceito de Sexualidade fica entendido não só como os nossos desejos, sensações, satisfação do corpo, fazendo parte também de uma construção social e cultural.

O texto trabalha a ideia de que em nossa sociedade a figura masculina é supervalorizada, prevalecendo à masculinidade hegemônica (Figura do “machão”).

Há uma Heteronormatividade do pensamento, ou seja, a única orientação sexual “normal” e aceitável nos meios sociais é a do heterossexual, porém muitas pessoas se identificam de forma diferente do padrão estabelecido, definindo uma Identidade de Gênero que é a forma subjetiva de como a pessoa se vê, se sente em relação ao que é ser homem ou mulher.

Atualmente algumas pessoas se definem como Travestis, que são pessoas que se vestem e agem como pessoas do sexo oposto; Transexuais, que são pessoas que se identificam com o sexo oposto, ao ponto de muitas passarem por cirurgias para mudar o sexo; Transgêneros, que é o termo que designa todos a uma mesma categoria, Transformistas, Travestis e Transexuais e ainda Intersexuais que são pessoas que tem o sexo ambíguo.

A Orientação Sexual em nosso entender representa o desejo sexual e a afetividade por uma pessoa do mesmo sexo, de outro sexo ou de ambos os sexos. Expressando-se da seguinte forma: Homossexualismo, é quando o desejo sexual é por outra pessoa do mesmo sexo; Heterossexualismo, quando o desejo sexual é por pessoa do sexo oposto, e quando as atrações sexuais são por pessoas de ambos os sexos, estamos nos referindo ao Bissexualismo.

Na Unidade II há o relato de que as desigualdades de raça e gêneros foram naturalizadas de forma hierárquica na sociedade.

Nessa unidade é explanada a idéia de que o trabalho em que homens e mulheres mais atuam foi modelado desde a infância, dando origem então a uma Divisão Sexual do trabalho, do qual compreendemos que é a forma que as tarefas são atribuídas a homens e mulheres, conforme as diferentes criações entre os sexos.

As relações de poder entre homens e mulheres são chamadas como Assimetrias de Gêneros, que representa a dominação do homem sobre a mulher. Isso nos leva a idéia de Socialização Diferencial de Gênero, que apreendemos como sendo a escolha da profissão da qual fomos construídos a exercer socialmente.

Nessa perspectiva a unidade II salienta de forma pertinente que a nossa sociedade possui pensamento Androcêntrico, ou seja, posturas de foco a partir de uma visão extremamente masculina.

Na Unidade III vários conceitos importantes foram mencionados para contribuir com a reflexão das disparidades de gênero e raça.

Ao longo do século XX o Brasil passou de agrário/rural para urbano/industrial. Com a melhora da saúde, educação e informação, houve também, a transição demográfica, pois houve redução nas taxas de natalidades e mortalidades, gerando um país de maioria adulta.

Os dados transcritos nos textos ainda refletem que houve crescimento econômico no país e redução das desigualdades de renda. Numa situação de Baixa Razão de Dependência Demográfica, ou seja, houve uma redução no número de pessoas dependentes economicamente (menores que 15 e maiores que 65 anos), aumentando participação feminina na População Economicamente Ativa, que representa o número de pessoas que trabalham ou estão procurando emprego e que tenha a idade produtiva (18 a 59 anos).

Porém, com as mulheres pobres e com baixa escolaridade, ocorre o processo de Desmercantilização, que foi a saída das mesmas do mercado de trabalho para se dedicarem ao lar, principalmente àquelas que têm o auxílio da bolsa família.

O aumento das mulheres no mercado de trabalho não reduziu as diferenças salariais entre os sexos, persistindo o Hiato Salarial entre os Gêneros, que é a diferença salarial entre homens e mulheres.

Atualmente as mulheres conseguiram conquistar muitas vitórias, tais como o direito de estudar, de trabalhar e de votar, reforçando o Empoderamento das mulheres, que representa o direito delas defenderem seus direitos, melhorando sua autoestima, identidade e relações pessoais.

Os textos da unidade IV refletem sobre a incessante luta feminina pelo equilíbrio com o ser masculino. Eles incorrem que há uma proeminência embutida na sociedade que visualiza a mulher como subalterna, reproduzindo assim uma violência simbólica, que em nosso compreender é uma violência que não se vê, mas se reflete a nível verbal e psicológico.

O movimento feminista é visto como o mais importante movimento da Era Moderna, que marca a queda do Feudalismo como sistema e a ascensão do Capitalismo.

No texto sobre o “movimento das Mulheres Negras”, é abrangido o termo Raça, que entendemos que só pode ser usado no caso de uma sociedade racializada, cujos indivíduos se definem por sua aparência, pois marca as relações de hierarquização entre as pessoas a partir de seus fenótipos ou ascendências.

No caminho dos movimentos rural se destaca a luta de Margarida Alves, que inspirou a mobilização nacional de trabalhadoras rurais, conhecida como Marcha das Margaridas, que foi compreendido como uma importante manifestação que visa à conquista das mulheres ao campo e a floresta.

Os vários movimentos de mulheres, dentre eles, os das mulheres urbanas, rurais, indígenas, negras, lésbicas e jovens marcam um cenário atual de luta política e social das mulheres, no que tange o respeito às diferenças, a qualidade de vida e a oportunidades mais justas para as mesmas.


Fonte: Secretaria de Políticas para as mulheres-SPM-PR; Secretaria de promoção da Igualdade Racial - SEPPIR-PR; Ministério da Educação – MEC; Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA/SAE; Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher – UNIFEM; Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos – CLAM/IMS/UERJ.

Texto produzido pela aluna GPPGR Gleidiana Aparecida Vicente, polo UAB Aracruz – ES.

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