terça-feira, 19 de julho de 2011

Gênero e Raça


As relações de gênero e raça, historicamente, têm um elo de ligação com a questão da cidadania. Uma cidadania que busca enfrentar os problemas cotidianos da coletividade, da exploração, da miséria, da desigualdade social, sempre presente na formação social brasileira.

Apesar desses avanços indiscutíveis, a discriminação, a desigualdade dos direitos de mulheres, de negros e negras continua, embora, muitas vezes, disfarçada pelo embranquecimento das relações pessoais, das relações de poder, que algumas mulheres e poucos negros assumem no cenário nacional.

Fontes e Neves (1992) defendem que o planejamento para gênero se faz importante, pois  aumenta  a  qualidade  da  intervenção  sobre  a  realidade  e  não  se  dissocia  do  controle social; a alocação de recursos passaria a ser mais eficiente e eficaz, melhorando a qualidade de vida e diminuindo os custos de implantação e monitoramento de programas e projetos; isso tudo  sem aumentar o  trabalho, pois os dados a  serem utilizados  são os mesmos, mudando apenas  a  forma  de  abordá-los. No  entanto,  essa  proposta  de mudança  parece  não  ser  tão simples como pode parecer. Apesar dos acordos firmados, dos compromissos dentro e fora do país, dos argumentos  técnicos,  teóricos e políticos, a prática não é efetivada, e essa é uma questão relevante, pois parece que não é apenas o fato de ser indicado, acordado ou definido como política prioritária que uma política pública se realiza.

Para Machado (1999) a questão de gênero ainda não foi devidamente incorporada aos programas de desenvolvimento, ao planejamento das administrações municipais e às políticas públicas. Esta questão se apresenta ainda incipiente, e as experiências relatadas são tentativas para execução de políticas públicas de gênero. Seria necessário o entendimento da questão de forma  ampla,  com  a  sensibilização  para  a  situação  complexa  da  ondição  de  ser mulher, considerando as diversas necessidades além das de gênero, como: etnia, classe, credo, faixa etária. Muito  se  tem  a  estudar  e  pesquisar  sobre  o  tema,  entretanto  as  argumentações existentes já fundamentam a necessidade de se considerar a  incorporação da perspectiva de gênero nas políticas públicas, o que pressupõe vontade política.

Entendemos que não há desenvolvimento e justiça social, sem valorizar as mulheres e sem promover a justiça e a igualdade de gênero e raça.

Referencia: Moraes, Eunice Léa de. Relação gênero e raça na política pública de qualificação social e profissional. Brasília: MTE, SPPE. DEQ, 2005. 39 p. – Construindo identidades sociais; v. 1. Coleção Qualificação Social e Profissional

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