quinta-feira, 21 de julho de 2011

Violência de Gênero

A violência de gênero, termo que consideramos mais adequado para analisar as relações violentas de gênero, é praticada geralmente por aquele que possui maior parcela de poder numa relação e resulta da dita superioridade masculina transmitida pela cultura sexista de nossa sociedade, que apregoa estereótipos de força, virilidade e potência.

É um tipo específico de violência que vai além das agressões físicas e da fragilização moral e limita a ação feminina. É muito mais complexa do que a violência doméstica, pois não acontece somente entre quatro paredes, mas se faz presente em todos os lugares, por alegações aparentemente fúteis. Carrega uma carga de preconceitos sociais, disputas, discriminação, competições profissionais, herança cultural machista, se revelando sobre o outro através de várias faces: física, moral, psicológica, sexual ou simbólica.

A violência contra as mulheres, antes vista como uma questão pertencente à esfera privada, a partir de meados da década de 1980 passou a ser apreendida de maneira mais complexa. Como resultado do trabalho dos movimentos feministas para que o Estado reconhecesse a necessidade da criação de órgãos especializados em atender às vítimas de violência e proporcionase um tratamento legal ao assunto, veio à tona um problema que é cultural, social e público.

A violência de gênero co-habita os espaços conjugais, tendo presença marcante nas relações formalmente constituídas pelos laços matrimoniais e nas uniões consensuais. Mas devem se destacar os constrangimentos de que são passíveis as mulheres separadas judicialmente, divorciadas e viúvas, pois carregam as marcas da grande incidência de ameaças de morte e agressões morais, evidenciando traços culturais do predomínio masculino e da submissão feminina constitutivos, por si, de uma típica relação de posse. Não menos desprezível é o índice de tentativa de estupro incidente sobre as solteiras. Os índices relacionados ao estado civil das vítimas demonstraram que a violência de gênero não é um fato exclusivo de relações conjugais, mas se manifesta em quase todos os níveis de relação.

Fonte: Retirado do site http://www.dhi.uem.br/publicacoesdhi/dialogos/volume01/vol7_rsm3.htm em 21 de julho de 2011 às 09h00min.

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